terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O TESOURO OCULTO

Existia em certa região a crença de que um povo de grande
sabedoria a habitara em tempos remotos e deixara um tesouro oculto no
alto das montanhas. Afirmava-se que o homem que o encontrasse se
tornaria o mais rico do mundo e que ninguém poderia roubar sua fortuna.

De geração em geração mantivera-se a fé de que o encontro daquele
tesouro atrairia ao lugar prosperidade e harmonia jamais vistos.
Várias expedições foram empreendidas. Inúmeros rastreamentos e
escavações foram feitos, todos em vão. Os anos iam passando e o tesouro
ia tornando-se lenda. Havia naquela região um jovem muito amado por
todos. Também para ele o tesouro parecia inatingível. E, bem sucedido em
tudo a que se dedicava, era inexplicável o sentimento de vazio que sempre
o acometia. Movido por imperiosa necessidade de refletir, passou a buscar
quietude nas cercanias.

No topo de uma montanha próxima dedicava-se a contemplar o Sol.
Quase diariamente se dirigia àquele local para ver as luzes silenciosas do
crepúsculo ou sentir o chamado à alegria do alvorecer.
Após algum tempo, o jovem percebeu que sua insatisfação
desaparecera. Um sentido de plenitude havia crescido em seu ser. Passou
a observar, também, sempre que retornava da montanha, que algumas
pessoas o aguardavam no caminho e eram tocadas pelo mesmo estado de paz.

Numa tarde de primavera, quando a natureza se desdobrava em
flores e o céu resplandecia azul, o jovem lembrou-se do tesouro, e os raios
do Sol fizeram-no ver o grande legado que quase sem dar conta
encontrara: pensamento luminoso para iluminar seus rumos, sentimento
luminoso para iluminar seus contatos e ação luminosa para iluminar seu
mundo. Dentro de si, onde ninguém pode tocar, estava tão procurado
tesouro.

Fonte: BOLETIM DE SINAIS, nº 10, ano IV. Editora IRDIN

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